Notícia retirada de http://www.ionline.pt/interior/index.php?p=news-print&idNota=118888
Em Oliveira de Azeméis abre ao público na próxima semana o hotel rural Vale do Rio, o primeiro do país a funcionar integralmente com energias renováveis, recorrendo para o efeito a uma central hídrica e uma caldeira de biomassa.
Rita Alves, diretora desta unidade de quatro estrelas situada nas margens do Rio Caima, em Palmaz, e garante que “podem existir outros hotéis com preocupações ambientais, mas este é o primeiro desta dimensão a funcionar apenas com energia verde – tem 30 quartos e, recorrendo a várias soluções técnicas, está apto a produzir mais energia do que aquela de que precisa”.
Ocupando uma área de 10.000 metros quadrados – em que, além do hotel com o spa Four Elements, se inclui o edifício da mini hídrica, restaurante, salão de eventos e uma vasta área arborizada –, o empreendimento custou seis milhões de euros e 20 por cento desse investimento foi aplicado em recursos energéticos.
André Alegria é um dos gerentes e revela em que equipamento se materializou a aposta: uma caldeira de biomassa alimentada a pellets e estilha, um “chiller” de absorção, uma hídrica ativada pelo caudal do rio, painéis solares, térmicos e fotovoltaicos e um motor a óleo vegetal.
“Concorremos à certificação energética A++, que é a atribuída a edifícios que, mais do que produzir energia, têm capacidade para vendê-la”, explicou.
Rita Alves garantiu que “todo o hotel foi pensado para vender sossego, não só por esta preocupação ambiental, empenhada na preservação da beleza deste parque, mas também a nível paisagístico, já que todos os quartos, sem exceção, têm vista para o rio”.
O empreendimento deverá ser “bastante procurado pela classe empresarial, porque se situa numa zona sossegada”, mas a diretora do hotel aponta como público-alvo o turista sénior e os grupos familiares, que saberão apreciar a “tranquilidade do local e o potencial da zona em termos de lazer”.
Para Hermínio Loureiro, presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, a exploração do hotel “integra-se na componente turística do projeto de preservação e requalificação das margens do Caima”, que se propõe valorizar 40 hectares de terreno em torno da unidade e transformá-los no Parque Natural Bento Carqueja.
“São bem evidentes as preocupações ambientais do projeto e vamos ter um rio Caima despoluído e atrativo, o que, na área económica, será potenciador de riqueza para o município”, disse.
Com uma suite presidencial e quatro alojamentos comunicantes entre os seus 30 quartos, o edifício principal inclui o spa com piscina interior e exterior, biblioteca e uma área de pequenos-almoços.
As restantes refeições são servidas no HC Restaurante, que, com um bar e um salão de eventos para 180 pessoas, presta homenagem à bicentenária Hídrica do Caima.
Restaurado, o edifício original da hídrica mantém a sua ligação ao canal que atravessa o jardim do hotel e pode apreciar-se em pleno funcionamento na zona contígua ao restaurante, devendo ser transformado num museu de energia vocacionado, sobretudo, para o público escolar.
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